terça-feira, 18 de agosto de 2015

Texto #13 - Uma solitude as vezes cai bem...

   Agora são 01:32 da madrugada do dia 16 de agosto de 2015. Depois de um dia cansativo e de trabalho venho para a cama descansar. Me sinto indiferente e meio só. Os objetivos são os mesmos, as vontades são as mesmas, o intuito é o mesmo, porém, anda faltando aquele tempero que me faz ter vontade de correr atrás para no final comemorar. Porque saudade só é bom quando me deixa criativo, de resto só me corta em pedaços.
   Ontem, pela tarde, havia algumas pessoas na minha casa e foi quando o cheiro do perfume Malbec rondeou a sala de estar. Ah, esse Malbec. Automaticamente fui parar me apoiando na moto e roçando devagar aquela nuca, ela estava de costas para mim, o vento frio que me fazia tão mal já não me afetava enquanto eu entrelaçava meus braços por dentro da blusa casual dela, este mesmo vento já funcionava como trilha sonora perfeita quando batia sombriamente nas folhas das arvores intercaladas entre os espaços vagos dos terrenos. Ela virou a frente e começou a me olhar. Foi quando infelizmente eu acordei, fiquei triste e meus olhos estavam quase fechando olhando para um ponto fixo que era o sofá. Fui descansar um pouco naquele sofá e adormeci sentindo aquele cheiro, entre sonhos e ataques de desejo, fiz uma prece e decidi deixar tudo acontecer como deve acontecer. Sem cobranças, sem preocupações. "Plantei e reguei o pé de feijão, se ele nascer eu continuo regando, se não eu boto um despertador até a próxima primavera". Após tantos pensamentos demodês, voltei um pouco aquela ideia já meio abandonada por mim a um tempo meio lei de murphy: "Nossa maior ilusão é acreditar que somos aquilo que pensamos ser". É um fantasminha no meu ouvido que sussurra que eu estou muito longe daquilo que eu almejo. Mas, porra, tudo que eu quero é viajar, tocar rock, andar de mãos dadas, ficar um pouco mais forte, ter um drone e um cachorro chamado "Nauê" (quando ele tiver brigando eu falo "-para Nauê ♫"). Dei me conta que daquilo que já sabia e senti-me na necessidade de fazer o que eu gosto; seja achar o lado engraçado das coisas; seja manter a seriedade sempre que necessário; seja tomar a cervejinha da sexta; seja deixar a toalha molhada em cima da cama; seja passar a noite de segunda escrevendo pr'um blog que ninguém lê; seja ouvir as músicas que ninguém ouve; seja pular igual a um retardado nos rocks da vida; seja ficar apenas em silêncio pra deixar que o tempo, espaço e gravidade ajam (é melhor do que mandar tomar no c*); seja sendo divertido e seja sendo o misterioso. Depois de passar uns tempos de mentalidades ranzinzas eu acho tô de volta. Naquele mesmo dia já pela noite, tomei um banho, peguei a carteira, pus um camisa branca casual e antes de sair, mãe fala: "-tu não vai beber de moto." e minha tia responde por mim: "-claro que não! Ele vai descer da moto pra beber! kkkkkkkk". Foi como nos velhos tempos. Voltei pra casa um pouco mais cedo, e enquanto as notificações surgiam em meu celular, eu passava os canais sem prestar atenção no que estava sendo exibido neles, a cabeça longe, mas no fim conclui que não há forma de amor mais saudável e feliz que a liberdade.